Reflexão: A influência dos meios de comunicação na formação familiar

Há tempos, os meios de comunicação em massa como televisão, cinema, rádio e internet, fazem parte do cotidiano de quase todos os lares. No entanto, é sabido que tais veículos informacionais à medida que vão se modernizando e se tornando mais acessíveis, podem trazer perigos a integridade física e mental quando mal explorados, consequentemente, estes também exercem significativa influência nas relações interpessoais da unidade familiar.
Com a democratização da informação, ou seja, com os projetos do governo federal que visam à inclusão digital e a redução dos impostos sobre produtos eletrônicos importados, a mídia têm atingido seus objetivos mercadológicos, enquanto o consumidor, seja de produtos ou de informação, tem perdido certos hábitos e princípios éticos. A busca desenfreada por recursos tecnológicos que gerem informação rápida, não o bastante em tempo real, e de qualidade, assim como entretenimento interativo, tem provocado mudanças na rotina da família moderna nem sempre favoráveis.

A televisão é indiscutivelmente o meio de comunicação mais apreciado pelo público, independente da faixa etária e do poder aquisitivo, justamente pelo seu poder de globalização da informação e acessibilidade. Porém, ao passo que este aparelho mantém o telespectador atualizado ou entretido, ele pode gerar conflitos pessoais e interpessoais, uma vez que as propagandas, as novelas, os filmes, os telejornais, os programas, e até os desenhos animados nem sempre prezam pela integridade do sujeito ou da família, autenticidade dos fatos ou ofertas de consumo.

Não raramente o que se vê na tela da TV, independente do horário, são temas que não contribuem em nada para a apreensão de valores morais tão carentes dentro do meio familiar fragilizado pelas mazelas que afligem a sociedade atual. São filmes que apelam para violência verbal e físico-doméstica, além do sexo explícito que muitas vezes envolve o adultério como algo aceitável aos padrões de vida atual; programas de auditório que promovem desavenças entre os membros duma família, deixando a reconciliação em segundo plano; novelas juvenis que incitam o relacionamento precoce, reality shows que denegrecem a imagem da mulher, comercias estimulam até as crianças ao consumismo, etc.

Dentre os meios de comunicação citados inicialmente, a internet é o que mais tem chamado à atenção de educadores e sociólogos, justamente pela sua expressiva popularização. Já que o acesso e o envio de informações se dão de forma indiscriminada e sigilosa, a web pode se tornar uma arma nas mãos de quem não souber usufruir moderadamente e "filtrar" seu conteúdo. Os jovens, por exemplo, têm se negado ao convívio familiar e extrafamiliar por uma vida fictícia dentro da internet, e muitas vezes os pais por comodidade, renunciam uma forma de lazer envolvente com seus filhos para “interagir” com o computador.

Fica claro que a formação familiar pode ser afetada pelo mau uso dos meios de comunicação, porém, isso ocorre quando os pais, que são a principal fonte referência no lar, não supervisionam e impõe limites a seus filhos, ou simplesmente não refletem sobre os prós e contras da tecnologia que eles estão pondo dentro de casa. Deve-se frisar também que, a comunicação com os objetos jamais substituirá a comunicação com a família e amigos. Portanto, apesar da correria característica do meio urbano, as pessoas devem sempre buscar alternativas de entretenimento e socialização do conhecimento que não dependam da intervenção da máquina.
por: Jadson Luan
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