Possuo uma terrível mania de ao desenrolar da trama, fico costurando os fatos e começo a predizer o desfecho, orgulho-me de ter sucesso muitas vezes. Porém quando se trata de filmes de Wood Allen fatalmente minhas predições se destinam ao fracasso, e em muitos casos, nem é possível fazê-las. Em “ Tudo Pode Dar Certo” é um exemplo claro disso, visto que diga-se de passagem que Bóris é um físico indicado ao Prêmio Nobel que depois se reduz a um professor de xadrez. O filme retrata exatamente uma fala dita por sua personagem principal: O universo é um acaso cego e sem sentido.
Porém uma coisa que descobrir logo nas primeiras cenas do filme é que muito eu iria gostar daquela personagem que se considera um gênio, nada simpático, que esbanja rabugice, hipocondríaco e ateu . A grosseria falastrona de Boris me cativou desde o primeiro momento, fazendo-me rir ou, quando não, me fazendo balançar a cabeça como sinal de concordância. Excelente para que já está farto da vida, e tornou-se um intolerante, além de boas pitadas de sarcasmo ateu.